segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Dependência Afetiva


“Não existe nada, que você precise do outro, que você não tenha em si mesmo”.


Esta semana, quero abordar um transtorno emocional que minha prática terapêutica tem demonstrado ser uma das principais causas de sofrimento para o ser humano: a dependência afetiva.


Você já esteve envolvido com uma pessoa a tal ponto de não saber e nem se imaginar vivendo sem ela? Apesar desse vínculo tão forte, você trava muitas brigas com essa pessoa e tem muito ciúmes dela? Se a resposta for sim, seja bem vindo ao clube dos dependentes afetivos.
Às vezes as pessoas confundem amor com dependência achando que o tamanho da importância que dão a determinado relacionamento, é a medida do quanto estão amando.
Isto é um engano, na verdade é um problema sério que pode gerar conseqüências terríveis como já vimos em desfechos trágicos apresentados nos jornais e na TV.
Quando uma pessoa decide que não pode mais viver sem a outra, passa a controlá-la dia e noite monitorando os seus passos e atitudes. Na verdade estão cuidando de si mesmas e agindo de acordo com seu próprio interesse, já que imagina que a outra está carregando algo muito importante e essencial para ela, ou seja, a sua própria vida.
É claro que isto é uma distorção cognitiva causada por um desenvolvimento problemático na personalidade, possivelmente na tenra infância onde se estabeleceram as primeiras relações com os pais. Muitas vezes, essas relações não tiveram uma qualidade suficiente capaz de proporcionar ao indivíduo uma boa auto-estima e independência.
O resultado é que indivíduos assim, vão sempre buscar compensações. Os relacionamentos afetivos, para essas pessoas, se tornam a chance de ouro de resgatar as perdas construindo agora, uma relação bem diferente daquela que tiveram com os pais onde não se sentiram amadas e protegidas, pelo menos na proporção em que desejavam.
O pior de tudo, é que, normalmente o indivíduo sabe que está exagerando, quer diminuir a dependência, ameaça terminar tudo, mas não consegue. Vive como um dependente químico a procura de drogas, mesmo sabendo que faz mal.
É importante saber que ciúmes, todos nós temos. Ciúmes seria um conjunto de emoções desencadeadas por sentimentos de que alguém ou algo ameaça tirar de nós o objeto valorizado. O ciúme passa a ser patológico quando essa ameaça só existe na nossa cabeça, isto é quando perdemos o controle e começamos a exagerar. O dependente afetivo nutre sentimentos contraditórios de amor e ódio em relação ao objeto amado.
Todavia, não podemos dizer que isso é amor porque o outro só tem importância enquanto objeto necessário. Fora disso, não vale nada.
Exemplos de namoros longos, carregados de contradições que não evoluem para uma união e ao mesmo tempo não se extinguem, são indícios de que um dos parceiros pode estar com dependência afetiva e outro se torna um co-dependente.
Portanto vamos ter o cuidado de achar que o outro tem a obrigação de carregar a sua vida como se ele não tivesse a sua própria vida, amar não é possessão e sim respeitar o momento de cada um, e a felicidade só é pleno em ambos quando os dois juntos estão dispostos a crescerem e partilhar.


Dicas para viver bem no relacionamento:

• Descubra o seu próprio valor.
• Não existe nada, que você precise do outro, que você não tenha em si mesmo.
• Amor é partilhar e não extrair.
• Deus nos fez livres para amar e servir.
• Respeite a individualidade de cada um.
• Seja paciente, o seu tempo nem sempre é o tempo do seu companheiro(a).






Quanto maior for nossa capacidade de vivermos bem sozinhos, mais preparados estaremos para a convivência com o outro.

6 comentários:

  1. Bom, eu consigo me virar sempre melhor sozinha. Nunca consegui estar em nenhum relacionamento. Nenhum dos garotos que eu gostei gostou de mim, e nenhum que por ventura tenha gostado de mim se declarou...

    As vezes sinto que perdi alguma coisa, mas a vida me fez chegar assim até aqui... fazer o que?! ^^

    Adorei seu blog!!
    Estou seguindo!!

    Bejins;
    http://alittlefreak.blogspot.com/

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    1. Obrigada querida! Se você está feliz sozinha é uma coisa. Veja bem não é a vida que fez você chegar até aqui assim, foi você mesma. Talvez está na hora de começar a fazer uma varredura dentro de você, se organizar e ir a luta e não desistir em estar com alguém. Muitas vezes você pode estar fechada para um relacionamento, ou não chegou a pessoa certa ainda. Em vez de ir seguindo, se joga e viva sua vida sem esperar nada, quando acontecer deixa as coisas andarem por si só sem esperar muito ok? abraços e seja feliz primeira mente com você mesma.

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  2. Bom dia!
    Gostaria de compartilhar minha experiencia.
    Sabe, ja tenho 30 anos de idade e me vejo sozinha denovo. o fato é que já tive varios relacionamentos prolongados (mas de 3 anos) e agora, parece que mais um companheiro se vai. estive analizando meus relacionamentos e me perguntando por que eles terminam, entao cheguei a uma conclusao, sou muito, mas muito, exageradamente ciumenta. quando ele demora um pouco para chegar, já me pego perguntando com quem estara, e dai em diante, vem aqueles penamentos de que ele esta com outra e ate no meu delirio, começo a imaginar como é a tal que esta com ele. as vezes tenho a impressao de estar ficando louca as vezes penso ate em me internar ou penso em morresr nascer denovo para que, talvez em outra geração eu nao nasça com essa sina do tal do ciumes.
    a verdade é que estou desesperada, deixo meus amigos de lado, minha familia, para mim só existe essa pessoa e ai o controlo, quero saber onde esteve, com quem... e se há alguma mulher, pronto! ta feito os meus delirios e começo a agredir essa pessoa e o meu proprio namorado, verbalmente.
    ontem, na ultima briga, ele terminou comigo e me disse que ninguem vai viver comigo se eu sou assim,...
    Eu reconheço que sou uma pessoa horrivel, mas gostaria de saber, como eu posso arrancar esse sentimento de mim...
    obrigada e desculpem pelo meu sincero depoimento.
    denaiselima@yahoo.com.br

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    1. Olá ! você precisa de ajuda profissional sim. o ciúmes excessivo é sinal de insegurança, na verdade você é uma pessoa muito insegura e que possa estar também com a auto-estima baixa.A insatisfação consigo mesma faz gerar também insegurança. Procure um psicólogo e preste mais atenção no que você está sentindo com você mesmo. Tente se valorizar mais e principalmente amar você em primeiro lugar. um abraço e seja feliz.

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  3. Olá anônima!
    A sugestão que tenho pra você é que procure uma psicoterapia para que possa tentar entender o que acontece com você e assim agir de forma diferente! Porém, não é tão fácil nem tão rápido assim... Vai exigir de você muita persistência! Vá em frente amiga!
    Um abraço,
    Mércia

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  4. Dra. Kátia,

    Conheço um casal que não consigo identificar o que ocorre. Eles namoraram por pouco tempo no colegial. Se reencontraram há menos de três anos por amigos em comum.
    Ele tem 32 anos, presta concursos há alguns anos, ainda depende dos pais. É extrovertido, curte beber, estar com amigos, sair à noite. Ela tem 33 anos, não é sociável, tem poucos amigos, não gosta de sair. Foi casada, tem casa própria, que é o lugar que ela venera. Ganha bem, é psicóloga, mas reclama das responsabilidades do trabalho, tem crises de enxaqueca por ser estressada.
    Pelo que nós amigos percebemos, ela repreende ele em público se bebe, quer ir embora cedo dos lugares e fecha o tempo quando isso acontece. Estabelece dias para fazer as coisas. Tipo, sexta eles saem em algum lugar e sábado ficam na casa dela. É metódica.
    Ele sai escondido durante a semana para ver amigos e beber. Parece ter medo dela. Sai de redes sociais para que ela não o rastreie. A trai. Faz tudo o que ela quer, pede permissão para fazer coisas nada nocivas, como visitar um amigo. Se apegou à familia dela.
    Todos os amigos falam na cara dele que ele é pau mandado, banana e afins. Ele fica quieto.
    Neste caso, achei que ele, por ser submisso, não seria o que trai e mente. Ela nem imagina.
    O que ele vê nela ou na relação? Interesse financeiro? Uma relação maternal? Pois classificamos o relacionamento como tóxico. Eles não têm nada a ver. Como isso funciona? Por que ele mente e trai por trás e pela frente vive na submissão? Quando casarem, ele não conseguirá mais dar estas escapadas. Esta relação não estaria fadada ao fracasso? Quem geralmente acorda numa situação dessas?

    Obrigada!

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