terça-feira, 28 de julho de 2009

Auto-estima sem crise.




“Como se manter sã em períodos insanos?”

Desde o ano passado, a crise financeira mundial domina as manchetes. No Brasil, de dezembro de 2008 a janeiro de 2009, o índice de desempregados chegou a 13,1%, o maior aumento já registrado para esse período desde 1998, segundo a pesquisa da Fundação Seade do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese). Mas a questão é; o modo como cada um de nós lidará com eles é que vai fazer a diferença, impedindo que o clima de insegurança não afete a saúde, as relações e a auto-estima. Em minha opinião como psicanalista existe o lado bom da crise é que ela destrói ilusões e desperta para realidade. Sempre corremos o risco de perder o emprego, a saúde e etc, mas vivemos na ilusão da segurança e, quando isso desaba, ficamos enfraquecidos. No ponto de vista emocional, é mais sábio aceitar que a vida tem mesmo uma dose de incerteza, assim criamos jogo de cintura para lidar com mudanças que estão fora do nosso controle. Do ponto de vista financeiro, a ordem é reduzir os gastos, cancelar serviços e privar-se de alguns prazeres, vale seguir a regra de poupar 30% dos ganhos, assim ninguém é pego de surpresa na fase das vacas magras.
As dificuldades materiais geram perda de conforto e status. Quem supervaloriza a posição social sofre mais com as oscilações. Quando a nossa auto-imagem está ligada à forma como os outros nos vêem, nos tornamos reféns disso. Isso é uma alerta que deixo aqui, porque esse é uns dos aspectos que leva a pessoa a se endividar: a pessoa insegura acredita que, se aparentar ter dinheiro, seus problemas serão resolvidos; aí, compra descontroladamente. Hoje, esse comportamento é insustentável. Nos dias de crise a moradia e alimentação são despesas fundamentais. O restante pode ser administrado conforme a necessidade. As pessoas que fingem que não está acontecendo nada são engolidas pela crise.
Dicas para uma vida tranquila na época de crise:
Planejamento: Faça um orçamento mensal, anote as despesas diárias, planeje as compras e compartilhe com quem vive ao seu lado, é fundamental ter apoio do seu companheiro(a), para controlar os gastos domésticos.
Economia: Troque o consumo de produtos de marcas conhecidas principalmente de importados por nacionais. E evite compras por impulso.
Cultura: Se possível, evite cortar cursos. Encare a educação como investimento que fará diferença no seu futuro. Eliminar o lazer também compromete o astral. Vale apena pesquisar alternativas econômicas ou gratuitas.
Otimismo: Não duvide de sua capacidade e rompa com o mito de que reconhecimento está ligado a dinheiro. Uma pessoa otimista não se humilha porque acredita no sucesso e persevera.
  • Isolamento: Nada de solidão. Procure pessoas de confiança para compartilhar problemas.
  • Depreciação: Ao buscar emprego, nunca implore por uma chance nem diga que "aceita qualquer coisa". A autodepreciação costuma ser vista como incopetência, falta de postura profissional.
  • Insegurança: Se há ameaça de demissão no ar ou luta por uma vaga, lembre-se: desqualificar rivais é anti-ético, demonstra insegurança. Em vez de apontar o pior dos outros, procure revelar o seu melhor.
  • Financiamentos: Fuja de financiamentos de longo prazo. Em tempos instáveis, ninguém sabe se poderá honrar devidamente suas prestações.

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